As histórias de Eudes, o Bonitão: sua rotina de trabalho, invenções e reflexões sobre a vida. Esse é o personagem do documentário Muxarabi, Natália Maia e Samuel Brasileiro, que será exibido no dia 26 de novembro, sexta-feira, às 19 horas, dentro da 25ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas. A janela de exibição faz parte da programação do 28º Festival de Cinema de Vitória, que acontece entre os dias 23 e 28 de novembro, em formato on-line e gratuito, na plataforma Innsaei.tv.
O curta-metragem surgiu da vontade da dupla de diretores de acompanhar o processo de produção das grades de ferro em Fortaleza. “Esse interesse veio pelo fato das grades de ferro servirem tanto como um anteparo que gera mais segurança para o espaço como também serem um adorno que pode se organizar de muitas formas, em modelos variados. As grades se interpõem na vista mas também contam histórias. O ferro faz parte da arquitetura da nossa cidade, principalmente a partir do século XIX. Alguns prédios importantes de Fortaleza são estruturas de ferro, como o Teatro José de Alencar e os mercados dos Pinhões e da Aerolândia. Queríamos investigar a relação do ferro com os espaços domésticos, principalmente na relação entre as janelas e as grades”, conta Samuel.
Segundo o diretor, ele e Natália Maia (co-diretora), resolveram percorrer diversas oficinas para entender o processo de produção. Durante essa pesquisa de campo eles conheceram o ‘Bonitão’. “Decidimos filmar processos de produção de grades de ferro em diferentes metalúrgicas de Fortaleza e entender quais aproximações esses metalúrgicos construíam com as janelas gradeadas. Foi nesse processo que conhecemos Eudes, O Bonitão e o filme se tornou uma experiência de olhar e de escuta sobre o seu trabalho. O encontro com Eudes foi de abertura à sua filosofia sobre temas como trabalho, cotidiano e liberdade, na qual ele desdobra um gesto de invenção: seja nas grades de portas e janelas ou nos brinquedos que cria”.
Uma das curiosidades do filme, para o diretor, está ligada ao nome do curta-metragem. “O título surge de um texto do historiador da arte Hans Belting chamado “As janelas e os muxarabis”, onde ele discutia as diferenças entre as janelas e os muxarabis, que são treliças típicas da arquitetura árabe. As janelas abrem a casa para o mundo e os muxarabis deixam o mundo se inscrever dentro das casas. Para nós, essa relação entre as janelas e os muxarabis dialogavam muito com o que estávamos pensando sobre as grades de ferro”.
Sobre a seleção de Muxarabi para o 28º Festival de Cinema de Vitória, Samuel destaca a importância de fazer parte da programação de um evento que prioriza a pluralidade audiosvisual. “Foi uma grande honra termos sido selecionados para o Festival de Vitória, pois é um espaço que acolhe filmes de diferentes processos e estéticas para um debate plural sobre o que é fazer cinema no Brasil”.
On-line
O Festival de Cinema de Vitória é o maior e mais importante evento de cinema do Espírito Santo. Entre os dias 23 e 28 de novembro, o evento será realizado em formato on-line e gratuito, com as mostras exibidas na plataforma Innsaei.tv. Os filmes estarão disponíveis para o público por 24 horas após a estreia.
O 28º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da Rede Gazeta, da Tower Web e do Banestes. Conta também com o apoio institucional do Canal Brasil, da ABD Capixaba, da Carla Buaiz Jóias, da Inssaei.tv, do Centro Cultural Sesc Glória e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).
28º Festival de Cinema de Vitória
25ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS
23 a 27 de novembro
terça a sábado, às 19 horas
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